sábado, 16 de julho de 2011

O Correto Politicamente Incorreto

O comentário abaixo, eu fiz no site Café Brasil, do Luciano Pires, sobre seu artigo "O Correto Politicamente Incorreto", conforme link --> http://www.portalcafebrasil.com.br/artigos/o-correto-politicamente-incorreto

Disse eu:
Num país onde os Políticos, em sua grande maioria, estão envolvidos em alguma coisa ilícita, onde não há mais respeito do povo por essa classe, onde Política está diretamente ligada a escândalos e crimes, acho até que o termo “POLITICAMENTE correto” já desmoraliza, por si só, o que, realmente, deveria ser “simplesmente” CORRETO.
Estou com 60 anos e fui criado por uma família com muitos tios, primos, irmãos(3 gerações)  sempre juntos nos finais de semana na casa de meus avós.
Tempo em que “atirávamos o pau no ga-to-to”, assistíamos Tom&Jerry ainda “inimigos”, filmes com violência, líamos Monteiro Lobato, quadrinhos com super-heróis e ríamos muito com os filmes de Oscarito e Grande Otelo, na minha infância, e com os Trapalhões na infância dos meus filhos... e lhe garanto que, apesar das piadas sobre negros, gordos, “viados”, etc. NENHUM de nós cresceu com preconceitos ou violentos.
A EDUCAÇÃO que tivemos foi o bastante para sabermos diferenciar os limites entre a graça e a desgraça, entre a piada de bom gosto e o desrespeito ao próximo, entre o correto e o incorreto.
Hoje, esse maldito termo “politicamente correto”, pra mim, está diretamente ligado ao que é realmente “correto aos interesses de políticos” que tentam se manter no cargo às custas de discursos hipócritas em defesa de chamadas “minorias” que somadas, demandam muitos votos para eles.
Somos um país de várias raças, vários sotaques, super extenso, uma linda mistura de folclores; certamente a maior nação híbrida do mundo.
Concordo plenamente com você, meu caro Luciano, (que tive o prazer de conhecer através desse mundo podcastal) que o humor deva ser livre, com graça e respeito e que os abusos devam ser rejeitados sumariamente pela sociedade.
Dá pra convivermos assim.
Certa ocasião, um amigo meu afro-descendente, muito brincalhão, e que sempre me chamou de branco azedo ( e eu a ele de negão), apareceu no trabalho com aquela famosa camisa preta escrita “100% NEGRO”.
Me mostrou como gozação e me disse “Isso é que é orgulho, Oh, branquela”
Eu lhe respondi que, “se de fato tudo fosse 100% NEGRO, jamais poderíamos ler essas palavras,porque as letras eram brancas”
Rimos muito com isso tudo e fomos juntos tomar uma cerveja gelada, como todos os irmãos “humanos” deveriam fazer.
Abraço

Nelson Portugal
@Nerdanderthal

segunda-feira, 11 de julho de 2011

OS 7 PECADOS CAPITAIS DA PODOSFERA

Com esse vício de ouvinte incontrolável, descobri que no mundo podosférico também existem os 7 pecados capitais.
Aí estão eles com suas respectivas explicações:

GULA  - Papo de Gordo. Bem, não podia mesmo ser outro, concordam?
ORGULHO - Shana Shanshada - Orgulho gay, lógico.
AVAREZA - Jabour_rio do Piratacast confessando que comprou 1 guaraná Tobi e 1 Dolly pra levar pra uma festinha entre amigos
LUXÚRIA - Fish_ball_cat - também estava na cara (ou na bunda) que só podia ser esse.
INVEJA - Galera do Nerdcast depois de ouvir a versão de RPG no episódio #33 do Pauta Livre News
PREGUIÇA - Dadá Cristine da Taberna do Smok lendo emails e comentários na base de 5 palavras por minuto.
IRA - Croft - simples assim

Nelson Portugal

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O que fazer de mim?

Com muita vontade de falar e sem palavras para dizer... Uma música na cabeça que não para de cantar. 
E um nome, a repetir e repetir. Perguntas sem respostas. E a imensidão vasta do pensar, do sonhar, do imaginar. 
Será que um dia terá fim? Pra que esperar? Pra que buscar? Acho que eu vou deixar tudo pra lá. 
E quando deito e fecho os olhos, tudo voltar a rodar: a música, a pergunta, o nome... 
Há um turbilhão de metas, desejos, indagações dentro de mim. 
Talvez arrependimento? Não. Mas dá vontade de fugir. Fugir e fingir que eu nunca estive aqui. 
Que eu nunca estive aí. O medo é maior que tudo. E toma conta de mim. 
Por isso não consigo pensar, fazer, falar. 
O coração já quase não bate. E o frio só faz aumentar. E a sensação é de cair e cair e cair e nunca chegar ao fim. O que fazer de mim? O que fazer de mim?

Priscila Portugal

@Pityportugal

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O URSO CHIFRUDO




Realmente, eles dois formavam um casal pitoresco: ele - Betão, um metro e noventa, Cento e dois quilos, ela
Suely
, um metro e quarenta e oito, cinqüenta quilos.
Moradores do Morro do Salgueiro e muito queridos por todos, o casal era um exemplo de felicidade e união.
Betão, urn verdadeiro urso pardo, possuía um corpo respeitável. Tipo gordo socado, esticado, peludo (tinha
tanto cabelo no peito, que alguns pensavam que ele usava um suéter de lã), força descomunal e patas (digo mãos) enormes.
Para se ter una idéia melhor do potencial que Betão tinha nas mãos, era só vê-lo nos desfiles da sua escola de
samba, onde era destaque num grupo de cinco rapazes que faziam evoluções com pandeiros
, rodando-os no dedo,
jogando
-os para o alto, etc. Pois bem, Betão fazia tudo isso com um bumbo.
Seu temperamento era difícil de se compreender, pois, num mesmo instante, Betão era uma criança grande,
alegre e brincalhona, mas se pisassem seus calos, nem três HULKS juntos o seguravam.
O ciúme por Suely era, sem sombra de dúvidas, o seu ponto negativo. Por causa dela, Betão fazia inimigos, perdia amigos e quando extravasava sua ignorância, os prejuízos eram grandes. 

Certa ocasião, estava sentado em um bar com Suely, vestida com uma destas sainhas curtinhas, que levou o
casal a uma discussão de duas horas:
- Tu não vai botar essa indecência, gritou Betão.
- Vou sim, é moda, repeliu Suely. Afinal de contas, tu se garante, ou não?
Betão cedeu, mas não concedeu.
Foram
, então, para o bar. Ela bebia, ria, falava com todos, mas não se levantava; Betão, cara emburrada, des-
confiado até de olhar de padre, segurava-a pelo braço.
Em certo momento, a moça falou-lhe ao ouvido, levantou-se e foi ao banheiro.
Betão vasculhava todos os cantos com seu olhar penetrante como faróis de aeroporto.
No instante em que Suely voltava, Dondinho, mestre-s ala e amigo dos tempos de pipa de Betão, entrou no
bar sedento por urna cervejinha gelada, e exclamou:
- Uma mini-saia bem gostosa!
Dondinho não teve tempo nem para sorrir; Betão desferiu-lhe um soco na boca com tamanha violência, que urna das pás do ventilador do teto quebrou com o impacto de um dos molares do mestre- sala.
Suely, envergonhada, saiu chorando com cara de telenovela. Voltou ao barraco, arrumou suas coisas na mala e
ameaçou voltar para a casa da mãe, em Vila Kennedy.
Nosso amigo urso ficou desfigurado, não podia perder aquela mulher que tanto amava. A cena, presenciada
por mais de cem pessoas, foi chocante:
Betão ajoelhado, agarrado aos tornozelos de Suely, implorava o seu perdão.
A platéia aplaudia entusiasmada ao ver o "Golias" submisso a "David".
A força do amor derrubou o Betão, quando a Suely disse-lhe que não poderia ficar nervosa, pois estava grávida.
Betão chorou, sorriu, deu cambalhotas, pegou seu trinta-e-oito, deu vários tiros para o ar, enfun, a idéia de
ser pai tomou conta de todas as células (que eram muitas) do corpo daquele "homão",
Betão virou um cordeiro. Aquelas mãos enormes, agora, varriam o barraco, lavavam roupas, decoravam o quar-
tinho cor-de-rosa do neném ... 

Os inimigos o provocavam, mas agora, Betão não revidava, abaixava a cabeça e saía de fininho.
Seu. gênio estava curado, pensou até em ser pastor e construir uma igrejinha no morro.
Mudou de emprego (era estivador) e foi trabalhar na Telerj. Pediram-lhe vários exames e, num deles, surgiu a desgraça de sua nova vida: o médico constatou que Betão era estéril.
- Não pode ser seu doutô, minha mulher vai ter um filho!
- Tudo bem, Sr. Roberto, ela não é estéril- disse o doutor.
- Quer dizer que, então ... , mas como?
Betão "arrancou" a porta do consultório e saiu.
O Urso voltou ao Salgueiro. 

Quem passar hoje pela Praça SaensPeña verá, junto à obra do Metrô, um barraco de janelas azuis e um ,quar·
tinho cor-de-rosa, e todos da redondeza contarão:
- Dizem, acho que é lenda, que viveu naquele morro um urso pardo, com chifres enormes, que num mo-
mento de ira deu um pontapé no seu barraco com tanta força que veio cair aqui.
Deve ser, realmente, uma lenda, vocês não acham? 

Nelson Portugal
@Nerdanderthal