quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O alfaiate de Hitler


Chamava-se Hugo; alemão, beirava os 40 anos quando, por volta de 1925, fundou em Metzingen, a cidadezinha onde nascera, uma pequena loja de confecções.
Seis anos depois faliu. Desesperado, em 1931 ingressou no Partido Nazista – e aí sua vida mudou para melhor.
Se tornou fornecedor exclusivo dos uniformes negros das SS (Schutzstaffel), da Juventude Hitlerista e de outras agremiações nazistas (sempre muito preocupadas com a elegância), ganhou milhões entre 1934 e 1945, e, para dar conta das encomendas, a solução foi apelar para a mão de obra – compreensivelmente baratíssima - dos prisioneiros de guerra.
Após a derrota do III Reich, foi levado aos tribunais mas pegou penas brandas, apenas sendo condenado a indenizar as famílias dos trabalhadores forçados.
Ah, quase me esqueci: o nome completo dele era Hugo (Ferdinand) Boss.
E os negócios vão muito bem, obrigado.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

No tempo da minha infância

No tempo da minha infância
(Ismael Gaião)
No tempo da minha infância
Nossa vida era normal.
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal.
Hoje tudo é diferente,
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal!

Bebi leite ao natural,
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria!
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria...

A barriga da miséria
Tirei com tranquilidade,
Do pão com manteiga e queijo
Hoje só resta a saudade.
A vida ficou sem graça,
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade.

Eu comi ovo à vontade,
Sem ter contra-indicação,
Pois o tal colesterol,
Pra mim, nunca foi vilão...
Hoje a vida é uma loucura!
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração...

Com a modernização,
Quase tudo é proibido,
Pois sempre tem uma Lei
Que nos deixa reprimido...
Fazendo tudo o que eu fiz,
Hoje me sinto feliz,
Só por ter sobrevivido...

Eu nunca fui impedido
De poder me divertir,
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir...
Não se temia a galera
E naquele tempo era
Proibido proibir.

Vi o meu pai dirigir,
Numa total confiança,
Sem apoio, sem air-bag,
Sem cinto de segurança...
E eu, no banco de trás,
Solto, igualzinho aos demais,
Fazia a maior festança!

No meu tempo de criança,
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo,
Nem se ficava frustrado.
Quando isso acontec ia,
A gente só repetia...
Até que fosse aprovado.

Não tinha superdotado,
Nem a tal dislexia...
E a hiperatividade
É coisa que não se via.
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria.

Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira,
De uma fonte natural,
Ou até de uma mangueira...
E essa água engarrafada
Que diz-se esterilizada
Nunca entrou na nossa feira.

Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado,
Ter alguns dentes partidos,
Ou um joelho arranhado...
Papai guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado.

Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos,
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos.
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos.

Aboli todos os medos
Apostando umas carreiras
Em carros de rolimã,
Sem usar cotoveleiras...
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta,
Capacete e joelheiras.

Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha,
Bola de Gude e Pião,
De mocinhos e Cowboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão.

Eu cantei Cai-Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé,
Gata Pintada, Nesta Rua,
Pai Francisco e De Marré.
Também cantei Tororó,
Brinquei de Escravos de Jó
E do Sapo não lava o pé.

Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar.
Peixe nenhum eu pagava,
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar.

Tomava banho de mar
Na estação do verão,
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão.
Não voltava bronzeado,
Mas com o corpo queimado,
Parecendo um camarão.

Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia,
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia.
Não tinha vídeo-cassete,
Muito menos internet,
Como se tem hoje em dia.

O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço...
Não existia ração,
Nem brinquedo feito osso.
E para as pulgas matar
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço.

E ele achava um colosso
Tomar banho de mangueira,
Ou numa água bem fria,
Debaixo duma torneira.
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira.

Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular.
De manhã ia pra aula,
Mas voltava pra almoçar.
Mamãe não se preocupava,
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar.

Comecei a trabalhar
Com oito anos de idade,
Pois o meu pai me mostrava
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante,
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade.

Mas hoje, a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança.
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos,
Num mundo sem esperança.

A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo o que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

RIR FAZ BEM À SAÚDE, MESMO QUANDO SE VAI AO MÉDICO


 As Secretárias de Alguns Médicos devem crer que são Doutoras.

Sempre perguntam, quando chegas à uma consulta, a razão da sua visita e você tem que responder, diante de todos, as perguntas que lhe fazem o que às vezes é muito desagradável.


Não há nada pior que uma recepcionista que te pede para dizer o que está se passando contigo numa sala de espera cheia de pacientes.

Uma vez entrei para uma consulta e me aproximei de uma recepcionista pouco simpática.

- Bom dia, senhorita!

A recepcionista me disse:
- Bom dia, senhor, o que o senhor está sentindo? Por que quer ver o Doutor?

- Tenho um problema com meu pênis, respondi.

Como alguns dos presentes riram, a recepcionista se irritou e me disse:
- Você não deveria dizer coisas como estas diante das pessoas.

- Porque não? ... você me perguntou o que eu estava sentindo e eu respondi.

A recepcionista sem jeito me disse:

- Poderia ter sido mais dissimulado e dizer, por exemplo, que teria
uma irritação no ouvido e discutir o real problema com o Doutor, mais tarde e em particular.

Ao que eu respondi:
- E você não deveria fazer perguntas diante de estranhos, se a resposta pode incomodar.

Então sorri, saí e voltei a entrar:
- Bom dia Senhorita!

A recepcionista sorriu meio sem jeito e perguntou:
- Sim???

"Tenho problemas com meu ouvido"
A recepcionista assentou e sorriu, vendo que havia seguido seu conselho e voltou a me perguntar:

- E... o que acontece com o seu ouvido, senhor?

- "arde quando eu mijo".

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O EMAIL DO MARIDO


Querida, está tudo em ordem durante sua ausência. Aquela senhora que você contratou para cuidar da casa durante a sua viagem ficou doente e não pode vir, mas estou me virando bem.

 Estou preparando meu próprio jantar.
Só não estou limpando a casa nem lavando a roupa suja.

Está dando tudo certo. Ontem fiz batata frita. Ficou bom. Era preciso descascar a batata? A panela de pressão ficou bem suja, aí a deixei de molho no sabão em pó com um pouco de WD40.

Quanto tempo precisa pra cozinhar ovos? Já deixei eles fervendo por duas horas, mas ficaram duros que nem pedra.. Da próxima vez, vou deixar mais tempo.

Ontem tive um contratempo cozinhando as ervilhas. Coloquei a lata no microondas e ele explodiu. Acho que tinha que abrir a lata, né? Mas hoje vou fazer um macarrão, que é bem mais fácil. Até já deixei ele de molho na água fria, pra cozinhar mais rápido, já que o micro-ondas quebrou.


Já aconteceu contigo de a louça suja criar mofo? Como é possível isso acontecer em tão pouco tempo?

Aliás, atrás da pia tem de tudo que é bicho, daqui a pouco vai dar pra fazer um documentário e vender pro Nacional Geografic. hehehehe, brincadeirinha!!!

No domingo eu emporcalhei o tapete persa com molho de tomate e mostarda do cachorro quente. Você sempre me dizia que mancha de molho de tomate não sai.
Passei um pouco de gasolina que tirei do carro, e a mancha saiu. Ficou meio branco no lugar, mas arrastei o sofá em cima da mancha e nem dá pra perceber. Até você voltar, o cheiro deverá desaparecer.

A geladeira estava criando muito gelo, então tive que fazer um defrost nela.
O gelo sai fácil se você raspar ele com uma espátula de pedreiro!
Ficou ótimo, foi fácil e rápido, agora a geladeira está gelando bem pouco, acho que vai demorar bastante pra juntar gelo de novo.

No mais, na última quinta-feira quando sai para o trabalho acho que me esqueci de trancar a porta. Alguém deve ter entrado no nosso apartamento porque estão faltando alguns objetos, inclusive aquele vaso de marfim que seu bisavô trouxe da África. Mas como você sempre diz o dinheiro não traz felicidade, e tudo que é material é efêmero. O seu guarda-roupa também está meio vazio, mas acho que não devem ter levado muita coisa, afinal você sempre diz que nunca tem nada pra vestir. Ah, também não achei seus sapatos.

Sei que está pensando nas suas plantas, mas eu estou molhando elas direitinho. Até fervi a água ontem, pois estava muito frio e achei que não ia fazer bem molhar elas com água fria.

Beijos mil, com muito carinho, do seu querido Gustavo.

PS: Sua mãe deu uma passada aqui pra ver como estavam as coisas. Ela entrou e começou a gritar, e daí sofreu um infarto.
O velório foi ontem à tarde, mas preferi não te contar pra não te aborrecer a toa.

Volte logo, estou com saudades....

terça-feira, 6 de novembro de 2012

“SE NÃO AGUENTA SEGURAR, NÃO DESCE PRO PLAY!”



Você conhece bem seu próprio corpo? Conhece mesmo? Sabe quais são os pontos fracos e fortes do seu organismo? Claro que tem gente que se gaba por ter um autoconhecimento corporal tão acurado que usa isso pra tentar chupar o próprio cacete, mas me refiro a outro tipo de "sabedoria". É um saber endógeno, de certas nuances não 100% ainda explicadas pela biologia e medicina, um autoconhecimento intuitivo, aquelas situações em que você acha que está sob controle, mas depois descobre que não passa de uma vítima impotente.

Há certos órgãos do nosso corpo que nos deixam na mão, vez por outra. Calma, calma, não tô falando em quem você já pensou. Mencionei ele na quinta linha do parágrafo acima. Pergunto isso porque é bom ter esse conhecimento afiado pois surpresas desagradáveis podem acontecer no futuro. Quem avisa amigo é, diz o ditado. E estando eu em idade mais avançada, cada vez mais sou testado sobre essas mesmas falhas quase todos os dias. O coração que sai do ritmo, a vista que engana, os cabelos que vão embora, a coluna que dói, a barriga que dá inveja em grávida de 9 meses. Há uma defasagem entre meu cérebro e meu corpo. Por exemplo, não posso comer mais as mesmas coisas que botava pra dentro há dez anos. Uma feijoada, aos 25 anos, tinha o mesmo peso que uma banana-prata. 40 anos depois é uma banana-prata que tem o peso de uma feijoada... A verdade é que com a idade o corpo trai a gente. Sou um corno do meu organismo!

Tenho 61 anos, sou escritor e moro no Rio de Janeiro. Tenho uma vida confortável como autor de livros de algum sucesso editorial. Estava chegando de um lançamento em Salvador, Bahia, e minha editora, amiga e vizinha Claudia e sua ótima família foram gentilmente me pegar no aeroporto.

Nessa viagem cometi o grotesco erro de misturar Acarajé, Big Mac e Carneiro com Tâmaras no mesmo dia e no mesmo lugar. Foi assim: acordei meio-dia e tracei o acarajé do restaurante do hotel. Depois fui direto pra livraria na tarde de autógrafos e lá e pelas 4:30 da tarde tive que correr no MacDonald’s e pedir o melhor lixo comestível do mundo: a promoção do Big Mac. À noite fui jantar com meus editores que me levaram pra um restaurante árabe: Cordeiro com Molho de Tâmaras foi o pedido. Assim, essas três iguarias foram parar num mesmo recipiente - o meu estômago - em um espaço de 9 horas. Se imagine botando essas mesmas refeições numa bacia e misturando elas durante 9 horas. Deve ficar nojento, né? Agora imagine essa saroba dentro de um espaço quente e escuro cheio de ácido clorídrico e muita, mas muita Catuaba e Tubaína do Demônio, meus inseparáveis tônicos diários. Não pode dar certo. Não precisa ser formado em Química pra saber que essa mistura vai dar merda. Mas eu, mesmo não tendo diploma em Química, não sei porque diabos achei que ia ficar tudo bem...

No avião já comecei a sentir aquela vontade de cagar miserável e sofrida que produz um frio escroto na barriga. Você começa a suar frio, sente ondas de calor pelo corpo, quer tirar a roupa toda e cagar ali não chão do avião na frente de todo mundo e aquela sensação legal de quem tomou um socão na boca do estômago. E tudo isso acompanhado de uma turbulência agradável que faz você parecer uma coqueteleira gigante prestes a cagar pela boca. Que inferno!

Chegando no Rio já desembarquei com aquela cara de “Quero cagar” mas que só você sabe o que é. Os outros não percebem. No máximo, acham que você tá de ressaca ou que você dormiu mal. Mas, na verdade, você está doido pra botar pra fora uns dois quilos de um cimento marrom nojento o mais rápido possível.

Minha querida Claudia, seu marido Armand e seu único filho de oito anos, o pequeno Tito Lívio, foram graciosamente me encontrar lá de carro. Eles são adoráveis e os primeiros 10 minutos de conversa no carro foram ótimos. Claudia me falou que inauguraram um play ground para crianças pequenas, lindo e super moderno no nosso prédio e que Tito Lívio e sue turminha de alegres amigos já tinham estreado o lugar brincando muito lá. O jovem me contou, animado: “Nós fizemos guerra de areia!’ Muito bem, Tito Lívio!

De repente uma vontade soltar o moreno me pegou com a força de um tsunami! Pensei: “Fo-deu!” Ó puta que pariu minha sogra! Não é possível! Porque isso acontece comigo? Vou ter que fazer cocô na roupa aqui na frente dos outros? Quando era neném faria isso na boa, amarradão, mas hoje em dia, sexagenário, confesso que já perdi o know-how...

Cláudia me fez uma pergunta, mas falava, na verdade, para seu filhinho: "Adolar, você sabe que filme o Tito Lívio e eu vimos outro dia lá em casa? Eu só consegui pensar em "Quero Defecar Aqui e Agora", mas respondi um tradicional e óbvio "Não. Qual?” Ela disse: "Piratas do Caribe"! Ah, que legal. Eu suava que nem um gordo na sauna e fazia uma força hercúlea pra contrair meu esfíncter e ainda tinha que saber que filmes os outros estão vendo com 5 anos de atraso... O pequeno Tito Lívio interveio: "Ôôôô  Adolar, você sabe quem é o herói do Piratas do Caribe? “Eu, desconcentrado, mandei: "Indiana Jones!". Ele berrou no meu ouvido: "Nãããããããããuuuum! É o Jéqui Ispérouuu!" E os dois ficaram me contando animadamente que também assistiram Branca de Neve, A Pequena Sereia, O Rei Leão, O Caralho de Asa, A Puta Que Me Pariu, A Procura de um Banheiro de Rodoviária Qualquer, etc. Estava quase desmaiando e virava o rosto e rilhava os dentes quando senti que a moréia tava saindo forte da caverna. E segurar a moréia não é mole não, meu chapa! Depois que ela bota a cabeça pra fora, não tem volta, brother. Não há força no universo que consiga convencer o bicho a recuar. Não dá! É simples e fisicamente IM-POS-SÍ-VEL!! E nessa luta inglória acabei deixando escapar um pequenino prisioneiro da toca...

Imediatamente, minha amiga Claudia disse em tom alarmado, mas também meio rindo, aquela coisa de mãe que acha tudo lindo o que o filho-neném faz: "Nooossa, o Tito soltou um pum horrível aqui atrás!"
Como o ser humano pode usar sua inteligência para o mal... É incrível, mas em átimos de segundo o cérebro pode pensar da maneira mais terrível para conseguir seus objetivos. Vi ali uma chance de ouro! O pobre Tito Lívio ia levar toda culpa dos litros de metano que eu estava soltando dentro do carro! Sensacional! Ia flatular mais ainda com um álibi infantil perfeito! Achei um bode expiatório, ou melhor um cabritinho expiatório dando sopa!  Adultos não acreditam que outros adultos tenham a coragem de peidar escrotamente dentro de um automóvel com as janelas fechadas e com o ar condicionado ligado! E foi o que fiz, confesso. Fingi que tava ajeitando o cinto de segurança, levantei a bunda do assento e deixei os gases saírem enquanto retinha os sólidos, para o maior bem de todos. Na hora Armand falou alto rindo de nervoso: “Nossa, o que que é isso! Caramba, Tito, esse foi forte, hein? Tá doente, cara? Caraca, tem até que abrir a janela. Viu, Cláu? Cê fica dando Doritos, MacDonalds, Angu do Gomes e outras porcarias pro menino, agora dá nisso aí, né?”
E o pobre Tito Lívio gritando com sua voz fininha de criança: "Não fui eu! Não fui eeeeeu!" Que maldade... tão novo e já tão vítima de uma calúnia tão horrorosa. Naquele momento fiquei consternado com a maldade que eu mesmo tinha acabado de perpetrar contra uma pobre criança inocente, mas o sentido de sobrevivência física e moral peidou mais alto. Tive que fazer isso. Tito Lívio, meu querido, tenho que lhe dizer uma coisa: O mundo é mau. Há guerras, ganância e um ex-presidente que fala como um Pinóquio de nove dedos. Há pedofilia, trabalho-escravo e o programa da Angélica. Sim, meu caro Livinho. Sacrifiquei sua inocência sem hesitar pra não encagalhar seu carro na frente dos outros. Os adultos são assim. Eles se levam a sério demais, né? “O mundo é um moinho”, já dizia a música daquele cara do nariz estranho. Não há muitos mocinhos 100% corajosos como o Homem-Aranha que você tanto admira, meu amigo. Minha dignidade e minha samba-canção nova de seda estavamem jogo. Me perdoe, mas adultos não lidam bem com encher a calça de cocô, muito menos dentro de um carro. Desculpe, meu querido mas nós somos assim, os adultos. Entre nós e as crianças levarem a culpa por fazer tolices, não tenha dúvida: Vocês é quem vão pagar o pato (ou o patinho de borracha, que seja...). Nessa hora, o pobre Tito Lívio já estava meio sem voz de tanto berrar que não tinha sido ele e chorava copiosamente se degladiando e esperneando deitado no banco de trás com tamanha calúnia enquanto Cláudia e Armand discutiam exasperadamente por causa da suposta expurgo estomacal gasoso do filho que era algo similar ao cheiro de um macaco molhado morto à tapa tomando sol há duas semanas na beira do Tiête enrolado com um tapete velho de funerária com gemada e Campari Cereja vomitado por um bêbado gordo cariado e com amigdalite... Que coisa mais desagradável... Eles só concordaram no ponto que semana que vem vão levar Tito Lívio ao médico. Coitadinho...

Mas a verdade é que não adiantou muita coisa. A mistura sacolejante de uma gororoba africana,dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles e um pão com gergelim(e muita química desconhecida!) e pedaços cozidos de Ovis aries com molho de Phoenix dactylifera  ainda estava se comportando como uma lontra viva querendo sair pelo meu curuzu de qualquer jeito. Estava fazendo um esforço sobre humano pra manter esse alien dentro de mim enquanto rezava pra chegar logo em minha casa para poder fazer esse exorcismo fecal sozinho sem ultrajar ninguém. Foi quando ouvi Cláudia dizer: “Aí Armand, deu mole...” E ele respondeu em tom desanimado:  "É ... Dei mole...”
Armand acabara de ERRAR a entrada pro meu bairro para logo parar o carro em um engarrafamento gigante. Como assim “Deu Mole”? Tá drogado??? Você nasceu nessa cidade, seu animal!! Não pode errar!! Estou prestes a estragar o estofamento do seu carro pra todo o sempre e você nos diz simplesmente  que “Deu mole”? Cara, eu vou cagar seu carro inteiro, seu imbecil! Tu tem que botar 200 por hora e subir na calçada!!! Mole vai ser a merda que vai escorrer no estofamento novinho do seu carro, seu viado desatento!

Mas tem horas que a gente admite que a derrota parece ser inexorável. Percebi que iria ter que afastar o banco do carona no qual eu estava sentado para trás, agachar no espaço criado junto ao banco, tirar as calças e cagar com força no tapete do carro novinho dos meus amigos enquanto botava as duas palmas das mãos cobrindo meu rosto em sinal de absoluta vergonha. Não tinha mais saída. Se eu não cagar em 8 minutos vou morrer ou vou começar a arrotar cocô. E esse engarrafamento de merda vai durar 1 hora no mínimo! Como eu, um adulto formado, ia defecar na calça enquanto uma criança de 8 anos mantinha perfeitamente o controle sua funções digestivas? Onde está a justiça no mundo?

Impedir um bostolete de sair de dentro de você quando ele quer e precisa sair é o mesmo que ir numa Escola de Samba na Concentração e chegar na comissão de frente no dia do desfile e dizer: “Aí, vocês não vão poder desfilar mais, beleza? Todo mundo pra casa dormir agora, ok?” Não há Capitão Nascimento que consiga!

Por um absoluto milagre Armand, o desatento, entrou em uma ruela que deu numa pista em que não havia mais tráfego. Que alívio! Uma lágrima escorreu do meu rosto. Na verdade era suor pois estava quase entrando em choque naquela hora de tanto fazer força pra não cagar 5 quilos de merda na calça. Que situação mais miserável ficar preso num carro enquanto se precisa evacuar. De qualquer modo, comecei a afastar o banco pra trás...

Cláudia, animada, me fazia perguntas as quais eu só conseguia responder monosilabicamente pois quando você está tentando muito fechar um buraco do seu corpo não ajuda em nada ficar abrindo um outro. Eles me deixaram na frente do meu prédio. O deles é mais acima. Dei tchau enquanto lembrava que o lesado do Armandinho falou em “MacDonalds” naquela hora né?  Ora mas taí... era pra eu me fuder mesmo...

Sai andando que nem esses caras da Marcha Atlética do carro importado deles – salvo de uma desvalorização eterna por questão de segundos – e me dirigi muito rapidamente para a portaria do meu edifício.
Porém, mais uma vez, mais fui traído por outro órgão desse meu corpinho tão metido a engraçado. O meu cuzão, você diriam? Não, meus amigos... um órgão muito mais maldoso e abjeto que esse e que perde feio de importância social para o antes citado durante o Carnaval. O famigerado cérebro! As poderosas forças do subconsciente me pregaram a hilariante peça que é a seguinte: quanto mais perto você está de chegar na privada para expurgar até os pulmões, alguma coisa dentro da sua cabeça começa a dizer bem alto e com todas as letras que você não precisa trancar mais seu esfíncter com toda sua força e assim você começa a cagar na calça involuntariamente há 10 metros da latrina.. O que antes, longe de chegar em casa, era uma situação difícil porém administrável perto da sua residência se torna um dos maiores problemas do mundo, depois apenas do advento do Sertanejo Universitário. É foda, moçada!

Comecei a suar mais frio ainda e tentei exercer uma pressão de 4 toneladas por milímetro cúbico no olho do meu cu tentado manter  
essa popular válvula corporal muito bem travada. Esforço em vão. Quando fui chegando perto da portaria um curioso fenômeno aconteceu: meu cérebro parou de obedecer  ao dono e agora tinha vontade própria. E a vontade era a de agachar ali e cagar no hall de entrada de um condomínio de luxo no carpete caro, felpudo e novinho na frente de um porteiro usuário de um bigodinho e oriundo do Nordeste do país. Sério: eu odeio meu cérebro! Que filho de uma puta!

Mas não me daria por vencido assim. Sou um orgulhoso do caralho. Defeito que seja, mas não gostaria que o vídeo da câmera de segurança do condomínio, devidamente editado, virasse um hit mundial no You Tube com o titulo “Velho Gagá Caga no Chão Pro Porteiro Ver”.

Desviei pra esquerda antes que o Paraíba acordasse e dei de cara com o Play Ground recém construído do prédio. Nessa altura já estava segurando o “charuto no beiço” e não tinha mais o que fazer a não ser admitir a derrota pro meu próprio corpo e emporcalhar meu terno italiano pra sempre. Num último sinal de raciocínio lembrei que não poderiam ter instalado as câmeras de segurança no Parquinho pois ele era novo demais. Assim arriei as calças como o canalha do meu cérebro tanto queria há horas e dei um salto na direção do balanço. Me agarrei firmemente nas correntes do brinquedo enquanto nesse mesmo instante explodia violentamente da minha bunda uma saraivada miserável de cocô nojento de várias cores mórbidas pra todos os lados. Só deu tempo de firmar os dois pés no assento do balancinho e fazer força pra não cair na areia com merda e sentir o alívio de fazer uma coisa que sua mãe pediu no Carnaval porém somente terminada no Ano Novo.

E lá fiquei eu, no alto dos meus 61 anos, pendurado na forma de um canivete-humano semi-aberto, rodopiando em um balanço do Play com as calças nos tornozelos e com a bunda de fora espirrando violentamente merda líquida / sólida / gasosa na areia e nos outros brinquedos, durante uns 5 minutos. Foi humilhante? Pode ser. Uma cena bizarra? Certamente. Vou misturar comida baiana com hambúrguer e um bicho que faz “Beéééé!” de novo? NUNCA MAIS!!! (a Catuabinha eu vou deixar... Foda-se!)
Extenuado, porem extremante aliviado, depois de me livrar desse incubus merdal saltei de volta pra não deixar pegadas na areia e também pra não pisar na merda à milanesa que tinha acabado de preparar. Abotoei minhas calças e me esgueirei sorrateiramente pela garagem. Cheguei no elevador de serviço e, insuspecto, alcancei o meu apartamento.

No dia seguinte, minha empregada Janeide me fala ao café da manhã: “O sr. viu Seu Adolar? A selvageria que fizero no parquinho dascriança?”  Aí ela me mostrou uma circular que o síndico distribuiu para todos os apartamentos do condomínio dizendo que o Play Ground está interditado devido ao “vandalismo medieval sem precedentes”, que será devidamente higienizado , que a areia toda será trocada e que “muito em breve” câmeras de segurança serão lá instaladas. Soube pela minha própria serviçal que meu grande amigo Tito Lívio e sua turba (agora já trocaram o “m” pelo “b”) estão sendo investigados e que são os maiores suspeitos desse ato inominável de barbárie.
Li calmamente a circular e, olhando sob meu óculos fininho de leitura, disse em tom blasé e censurador: “Já era hora de instalarem essa câmeras. Essa juventude de hoje, Janeide... não sei não, viu...”. E voltei tranquilamente ao meu café da manhã e a leitura do meu jornal...

É, meu caro Tito Lívio... O mundo é mau, meu puro, inocente e pequenino amigo... Mau pra cacete, bicho... Porém, aqui vão duas dicas importantes para você lidar com esse lugar arenoso no futuro: o nosso corpo começa a sabotar a gente com a idade e, se você puder fazer Faculdade de Química seria uma coisa bem legal, brother! Um abraço!


Adolar Gangorra tem 63 anos, é editor do sitewww.adolargangorra.com.br e usa fraldas geriátricas desde os 25 anos pra economizar papel higiênico e, principalmente, tempo.

sábado, 6 de outubro de 2012

O QUE FAZ UM VEREADOR


A Câmara de Vereadores exerce a função do Poder Legislativo na esfera municipal. Os vereadores são eleitos através do voto direto, cujo mandato tem duração de quatro anos, sendo a reeleição ilimitada. A quantidade de membros desse cargo político é estabelecida através do contingente populacional de cada município (quanto mais habitantes, maior será o número de vereadores de uma cidade). Contudo, foi estabelecido um número mínimo de 9 e um máximo de 55 vereadores por município. Para se candidatar é necessário atender aos seguintes requisitos:
- Ter nacionalidade brasileira;
- Estar filiado em algum partido político;
- Ter idade mínima de 18 anos;
- Possuir domicílio eleitoral no município pelo qual concorre ao cargo;
- Ter pleno exercício dos direitos políticos.
Os vereadores são eleitos juntamente com o prefeito de um município, no qual os primeiros têm a função de discutir as questões locais e fiscalizar o ato do Executivo Municipal (Prefeito) com relação à administração e gastos do orçamento. Eles devem trabalhar em função da melhoria da qualidade de vida da população, elaborando leis, recebendo o povo, atendendo às reivindicações, desempenhando a função de mediador entre os habitantes e o prefeito.
Outra importante atribuição a um vereador é a elaboração da Lei Orgânica do Município. Esse documento consiste numa espécie de Constituição Municipal, na qual há um conjunto de medidas para proporcionar melhorias para a população local. O prefeito, sob fiscalização da Câmara de Vereadores, deve cumprir a Lei Orgânica.
De acordo com a Constituição Federal, cada município, obedecendo aos valores máximos de remuneração, deve estabelecer o valor do subsídio (salário) dos vereadores. Esses valores são definidos conforme o contingente populacional de um determinado município. Exemplo: de 50 mil a 100 mil habitantes, o salário será de até (máximo) 40% do subsídio destinado aos deputados estaduais; municípios com mais de 500 mil habitantes, 75% do salário dos deputados estaduais.
Atualmente (2010), o Brasil possui 57.748 vereadores. Entretanto, nas eleições de 2012, esse número será de 59.500, visto que a população brasileira está em constante aumento quantitativo.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

“A Insanidade da onda do Politicamente Correto”

                 O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA
                         Texto de Luiz Antônio Simas
Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto.  Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais *O cravo brigou com a rosa*. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/ o cravo ficou feliz / e a rosa ficou encantada".

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha.  Será que esses doidos sabem que *O cravo brigou com a rosa* faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Loboscriou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?

É Villa Lobos, cacete!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê.
Na versão da minha infância o negócio era o seguinte:
Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas.

A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/  Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.

Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é  Samba Lelê?
Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria.
Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.

Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil. Ninguém  mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato,  era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil - de deficiente vertical . O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afrodescendente.
O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente.
A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais... Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra putaqueopariu e o centroavante pereba tomar no..., cantaremos nas arquibancadas o "allegro" da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de "Jesus, alegria dos homens", do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova,  aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá,  já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde.

Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do pé junto.

Abraços

Luiz Antônio Simas

(Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio) 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

JU - IN - EM (nova doença)


JU-IN-EM : Enfermidade descoberta pela Medicina Tradicional Chinesa, 
ainda não aceita pela classe médica. Entretanto, milhões de pessoas em todo mundo 
padecem deste mal e esperam a aprovação da Organização Mundial de Saúde para 
que se estude e se encontre a cura para esta mortal enfermidade que, cada dia, 
é adquirida por milhares de pessoas.
Se você tiver 3 ou mais sintomas indicados abaixo é sinal de alerta vermelho!!!!

SINTOMAS QUE DEFINEM O APARECIMENTO DESTA PATOLOGIA:
1.- Um simples café provoca insônia.
2.- Uma cervejinha leva direto ao banheiro.
3.- Tudo parece muito caro.
4.- Qualquer coisa fora do programado perturba profundamente.
5.- Um pequeno excesso alimentar provoca aumento de peso.
6.- Uma provadinha na feijoada "cai" como chumbo no estômago.
7.- Um churrasquinho de nada faz subir a pressão arterial.
8.- Numa festa a melhor mesa é a mais distante possível da música e das pessoas.
9.- Amarrar os sapatos, se conseguir, produz dor nos quadris.
10.- A TV ou a leitura provoca sono...
Todos esses sintomas são prova irrefutável que padeces de JU-IN-EM, 
que quer dizer, em Chinês: JUventude INdo EMbora                               

sexta-feira, 13 de julho de 2012

GRAMÁTICA... SEMPRE É BOM SABER


Pena que não podemos mostrar aos  alunos. Num instante eles iriam entender.
 
Filho da puta é adjunto adnominal, quando a frase for:
            "Conheci um político filho da puta".
- Mas se a frase for:
             "O político é um filho da puta", daí, é predicativo.
- Agora, se a frase for:

           "Esse filho da puta é um político", é sujeito.
- Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do político e diz:

           "Agora nega o roubo, filho da puta!" - daí é vocativo.
- Finalmente, se a frase for:

           "O ex-ministro..., aquele filho da puta, desviou o dinheiro das estradas" daí, é aposto.
Que língua a nossa, não?!
Agora vem o mais importante para o aprendizado:
- Se estiver escrito:

         "Saiu da presidência em janeiro e ainda se acha presidente."
O filho da puta é sujeito oculto...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

MELHOR IDADE!


A voz no Galeão anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.". Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" - algo entre os 60 anos e a morte.
Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.
Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.
Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.

Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?".
Respondi, eufórico: "Que nada! Estou voltando da farmácia!". E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir. 
 
Primeiro, a aposentadoria é pouca e você tem que continuar a trabalhar para melhorar as coisas. Depois vem a condução.
Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te dê uns 60 anos.
Olha... a análise dele é rápida. Leva uns 20 metros e, quando pára, tem a discussão se você tem mais de 60 ou não.

No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo:
- " Sou deficiente".
O motorista me olhou de cima em baixo e perguntou:
- " Que deficiência você tem? "
- " Sou broxa! "
Ele deu uma gargalhada e eu entrei.

Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo...
Eu disse bem baixinho para uma delas:
- " Uma mentirinha que me economizou R$ 3,00, não fica triste não"

Bem... fui até a pedra do Arpoador ver o por do sol.
Subi na pedra e pensei em cumprir a frase. Logicamente velho tem mais dificuldade. Querem saber?
Primeiro, tem sempre alguém que quer te ajudar a subir: " Dá a mão aqui, senhor!!!"
Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem graça.
Sentar na pedra e olhar a paisagem.
É, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda e quando senta sente os ossos em cima da pedra, o que me faz ter que trocar de posição a toda hora.
Para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos, senão, nada vê.
Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz:
- "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair."
Resmungo entre dentes: ... "só se cair em cima da sua mãe"... mas, dou um risinho e digo que está tudo bem.

Esta titica deste sol está demorando a descer, então eu é que vou descer, meus pés já estão doendo e o sol nada.
Vou pensando - enquanto desço e o sol não - " Volto de metrô é mais rápido.."
Já no metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, e lá está um puto de um guarda que fez curso, sei eu em que faculdade, que tem um olho crítico que consegue saber a idade de todo mundo.
Olha sério para mim, segura a roleta e diz: - " O senhor não tem 65 anos, tem que pagar a passagem."
A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso.
Com os pés doendo fico em pé, já nem lembro do sol, se baixou ou não, dane-se. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos...
Lá estou eu mergulhado em meus profundos pensamentos, uma ligeira dor de barriga se aconchega... Durante o trajeto não fui suficientemente rápido para sentar nos lugares que esvaziavam...

Desisti... lá pelo centro da cidade, eu me segurando, dei de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava... Me senti o máximo. Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem.
Quando já contente, pelo menos com o flerte, ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou.
É agora...
Joguei um olhar 32 ( aquele olhar de Zé Bonitinho) ela pegou na minha mão e disse:
- " O senhor não quer sentar? Me parece tão cansado? " 
Melhor Idade??? Que Merda...

(Autor desconhecido)
 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

TAL DONO, TAL CÃO!




Descrição:
                                                          perro
Engenheiro ordenou a seu cachorro:
§ Escalímetromostra tuas habilidades! 
O cãozinho pegou um martelo, umas tábuas e num instante construiu um casinha para cachorros. Todos admitiram que era um façanha. 
Descrição:
perros-salchicha-1
O contador disse que seu cão podia fazer algo melhor: 
Cash Flowmostra tuas habilidades! 
O cachorro foi à cozinha, voltou com 24 bolinhos, dividiu os 24 bolinhos em 8 pilhas de 3 bolinhos cada. 
Todos admitiram que era genial. 

Descrição:
              
                                            116
O químico disse que seu cão podía fazer algo melhor:
Óxido, mostra tuas habilidades!
Óxido caminhou até a geladeira, pegou um litro de leite, umas bananas, colocou tudo no liquidificador e fez uma vitamina. Todos aceitaram que era impressionante. 

 Descrição: salchicha
informático sabía que podía ganhar de todos: 
§ Megabyte, vamos lá ! 
Megabyte atravessou o quarto, ligou o computador, verificou se tinha vírus, redimencionou o sistema operativo, mandou um e-mail e instalou um jogo excelente. Todos sabíam que este era muito difícil de superar. 

Então, todos olharam para o político e disseram:
 E seu cão, o que pode fazer?

Descrição:
                                                          perro

                                                          olfateando[4]
 
político chamou seu cão e disse: 
§ Deputado, mostra tuas habilidades! 
Deputado deu um salto, comeu os bolinhos, tomou a vitamina, fez cocô na casinha, deletou todos os arquivos do computador, armou a maior zorra com os outros cachorros. E expulsou todo mundo, exibindo um título falso de propriedade. Em seguida, alegou imunidade parlamentar...
 
(Anônimo)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

SEXO NA 3ª IDADE


Dicas para fazer sexo na 3ª idade:

1. Use seus óculos.
2. Certifique-se de que sua companhia esteja realmente na cama.
3. Ajuste o despertador para tocar em 3 minutos, para o caso de você adormecer durante a performance.
4. Acerte a iluminação: apague todas as luzes.
5. Deixe o celular programado para o número da EMERGÊNCIA MÉDICA.
6. Escreva em sua mão o nome da pessoa que está na cama, no caso de não se lembrar.
7.Tenha DORFLEX à mão, para o caso de você cumprir a performance.
8. Não faça muito barulho; nem todos vizinhos  são surdos como você.
9. Se tudo der certo, telefone para seus amigos para contar as boas novas.
10. Nunca, jamais, pense em repetir a dose, mesmo sob efeito de VIAGRA ou CIALIS.
11. Não esqueça de levar 2 travesseiros para colocar sob os joelhos, para não forçar a artrose.
12. Se for usar camisinha, avise antes ao Piu-Piu que não se trata de touca para dormir, senão ele pode se confundir.
13. Não esqueça de tirar a parte de baixo do pijama, mas fique com uma camiseta para não pegar gripe.
14. Não tome nenhum tipo de laxante nos dias anteriores; nunca se sabe quando se tem um acesso de tosse.
15. Repasse aos velhos amigos, já estou fazendo a minha parte, agora faça você!!!!!
Estas dicas foram escritas com letras grandes para facilitar sua leitura!

terça-feira, 22 de maio de 2012

DESCOMPLICAR: uma grande sacada!

Vocabulário feminino

Leila Ferreira


Se eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma - para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: 
descomplicar. 
Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho. 

Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter. 

Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna. 
Amizade, por exemplo. 
Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo plano. 

E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. 
Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes 
- isso, sim, faz bem para a pele. 

Para a alma, então, nem se fala. 

Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma 
boa amizade consegue proporcionar. 

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e silêncio. 

Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa - e a ficar em silêncio. 

Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso. 

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir. 
Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia. 
Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada - faça qualquer coisa, mas ria. 
O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida. 

Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias. 

Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. 
Nas mesas de restaurantes, nem pensar. 

Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha. 

Uma sugestão? 
Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza. 

Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada. 
Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir. 

Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia. 

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar. 

Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Richard Gere... sonhar é quase fazer acontecer. 
Sonhe até que aconteça. 

E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. 
A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma. 

E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição. 

O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites. 

Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil. 

Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. 
Mulheres reais são mulheres imperfeitas. 
E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres. 
Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito mais possível. 


terça-feira, 15 de maio de 2012

VELHICE - SINÔNIMO DE EXPERIÊNCIA!


Uma velha senhora foi para um safári na África e levou seu velho vira-lata com ela. 

Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido. 
Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço... 
O cachorro velho pensa: 
--  Oh, oh! Estou mesmo enrascado!Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador... Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto: --  Cara, este leopardo estava delicioso! Será que há outros por aí? Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores. 
--  Caramba! - pensa o leopardo, essa foi por pouco!       

O velho vira-lata quase me pega! Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum... E assim foi rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:
 --  Aí tem coisa!O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo. O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz: --  Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado! Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:
--  E agora, o que é que eu posso fazer? Mas, em vez de correr (sabe que suas pernas doloridas não o levariam longe...) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz: --  Cadê aquele macaco?     Tô morrendo de fome! Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca! Imediatamente o leopardo se esquiva, sai para longe do cachorro e devora o macaco.
 Moral da história: não mexa com cachorro velho... Idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência. 


(Anônimo)