terça-feira, 20 de março de 2012

INDIGNAÇÃO X AÇÃO INDIGNA

Mais uma vez o noticiário brasileiro nos traz imagens chocantes envolvendo falcatruas, roubalheiras, subornos e muito... muito dinheiro fácil, dessa vez com serviços prestados à área de saúde do Rio de Janeiro!!!
Hoje, com a invenção de micro câmeras, podemos presenciar a vergonha do abuso com o dinheiro público, COM O NOSSO DINHEIRO!
Fica muito claro que os valores dos serviços contratados são tão superfaturados, que os donos das empresas ganham tanto, que são capazes de oferecerem propinas de valores altíssimos que superam, em muito, o que ganha um médico por ano.
Imaginem vocês, que o grande pedaço do bolo da festa pública, não é revertido em medicamentos, aparelhagem médica, salário para os profissionais da saúde, pessoal da limpeza, muito menos para o saneamento básico, o maior causador de tantas doenças que nos assolam.
Essa grande fatia fica nos bolsos dos bandidos quadrilheiros envolvidos nesses sistemas arcaicos de compra de materiais e serviços públicos.
Não é de hoje que ouvimos falar sobre “esquemas”, “propinas”, “superfaturamentos”, etc. Se a TV pode facilmente investigar e mostrar toda essa porcalhada, eu pergunto:  por que os órgãos do governo não o fazem?
“- Isso é comum. Um ajuda o outro e ficamos assim. Você quer quanto? 10, 15 ou mesmo 20%. È só dizer que a gente acerta” – disse uma empresária, com um grande sorriso nos lábios, com a certeza absoluta da impunidade e sabendo que o percentual da propina nem mesmo sairá do lucro dela – será jogado a mais no valor final da proposta.
Os valores envolvidos, na casa das centenas de milhares de reais, referem-se somente a uma simulação de compra de 3 serviços em 1 hospital no Rio. Calculem isso para outros serviços, vários hospitais e outros estados da união!!!! Gente: é dinheiro demais!! E ainda tentam cobrir esse rombo com novos impostos, tipo CPMFs e outras mutretas semelhantes.
É de indignar qualquer cidadão que tenha o mínimo de respeito a si próprio, ao seu dinheiro suado, trabalhado por 10 meses para seu sustento e outros 2 só para alimentar a maquiavélica máquina do governo.
Até quando vão achar que somos otários o bastante para acreditarmos que somente aquelas pessoas (compradores e empresários) estão envolvidas?
Todo processo de compra, após fechamento do mapa comparativo das propostas, é enviado aos superiores para assinatura formal da compra, pelo órgão financeiro, pela área jurídica e, dependendo do valor, pela diretoria.
Será que por todo esse “caminho” não há uma só pessoa decente que possa questionar que, “o preço pela manutenção da frota de veículos de serviço contra a dengue (os carros fumacê) é maior que a compra de todos os carros novos?”
Eu não acredito. A quadrilha é bem maior e a credibilidade pelas autoridades é cada vez menor.
Eu quero deixar aqui a minha indignação por ter lido tão pouca manifestação por parte de tantos jovens amigos, via Twitter, Facebook ou mesmo um podcast a respeito do assunto.
O Brasil é nosso e muito mais de vocês. O futuro é para seus filhos e para os meu netos..
Precisamos mudar esse sistema, essas leis e essa mentalidade de sermos omissos.
Mudem isso logo. Tomem uma atitude. Mexam-se!!
              Essa é a minha indignação por tanta ação indigna!

                    No meu tempo, foi assim. Agora é com vocês!

42 comentários:

  1. Concordo com o Sr. Já ouvi inúmeros podcasts sobre DRIVE, CPBR, PIPA, SOPA, etc. e nenhum sobre esta questão que surgiu com a denúncia do Fantástico.

    Acredito que ainda seja recente e não tenha dado tempo de gravar e editar um podcast sobre o assunto, mas que merecia muito mais atenção do que pudemos perceber no TWT e FB podia!

    Parece que é exatamente o que se falou no PirataCast, brasileiro não gosta deste tipo de assunto sério. Prefere ver o BBB, Carnaval, Futebol. Enquanto isso, seu dinheiro está indo pro ralo com estas safadezas.

    Enquanto não investirmos pesado em educação para formar um novo "tipo" de brasileiro, estaremos fadados a reviver os mesmos erros do passado.

    Corrupção é coisa do tempo do império.

    Abraços.

    aLx

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    1. Pior, meu caro aLx, é que continuamos na "monarquia" mascarada, onde existe um reizinho em seu castelo em Brasília e demais Capitanias Hereditárias (chamadas de Estados) onde o poder vai passando de pai pra filho e seus parentes - os barões.
      A igreja sempre ao lado dos mandantes, que trocaram a forca, a fogueira e a guilhotina pela falta de saneamento, a insegurança e ignorância, como forma de execução do povo plebeu.

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    2. Mas o erro não é deles, é nosso!

      Cada um tenta proteger o SEU lado. Os governantes simplesmente querem se manter no poder. Cresceram com este ponto de vista. Foram educados para isso.

      Nós, POVO, que devemos lutar por melhorias. Como disse, a única forma de conseguirmos isso em LARGA ESCALA é fazendo com que nossos filhos sejam melhores do que nós EM TUDO.

      Espero que meus filhos sejam mais politizados do que eu.
      Espero que meus filhos sejam mais educados do que eu.
      Espero que meus filhos sejam mais patriotas do que eu.
      Espero que meus filhos sejam mais inteligentes do que eu.

      Se isso acontecesse em todos os lugares, as futuras gerações seriam menos suscetíveis à corrupção, teriam uma visão mais ampla e completa dos deveres do governo. Nossos FUTUROS governantes também terão seus papeis mais claros.

      Saberão que o governo deve ser dirigido para o benefício do povo e não para a manutenção do poder.

      Abraços.

      aLx

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    3. Aqui é o Artur do Lagcast

      Nerdanderthal, acho justa a sua reclamação sobre a corrupção, mas não sei se concordo com a sua cobrança de mais ação dos podcasts.

      O Alx comentou que todo mundo se preocupou com o ACTA e não se preocuparam com essa questão da corrupção por uma denuncia no Fantástico. Primeiro, o ACTA é uma preocupação urgente, pois as pessoas não percebem que isso vai acabar com a internet e iremos regredir no tempo (não é só um direito de assistir videos de gatinhos no youtube como um monte de gente está defecando por ai). Tudo que conquistamos, todas as facilidades que a internet fez, até o seu direito de criar um blog e reclamar, vai ser censurado e vai ser uma censura global. Se o Acta é mais importante ou não que essa denuncia no fantástico, eu não vou discutir, mas só falo que não é porque existem problemas mais sério que para ser justo a gente tem que ignorar todos os outros problemas menos sérios. Também vi Jornal Nacional na época que o PIPA estava rolando, nem comentaram sobre o assunto, isto é, os meios de comunicação normais ignoraram totalmente essa questão pelo interesse deles que tudo volte a ser como antes, assim eles podem voltar a manipular, por isso que nesse caso a manifestação na internet foi grande, pois não tinha mais ninguém para cobrar e fomos jogados contra a parede.

      Segundo, eu fico puto sempre quando vejo um caso desses(corrupção). No podcast que eu fiz sobre problemas do Brasil falamos sobre a saúde relacionada com corrupção e se os políticos não seriam responsáveis por isso criminalmente como assassinato (pessoas vão morrer em filas de hospital). O que falamos lá, serve totalmente para essa questão. Gente, vocês tem que trabalhar com a ideia que em qualquer lugar, qualquer licitação tem corrupção e nesse caso do Rio de Janeiro apenas descobriram isso. Parece que sua indignação é sobre a gente não divulgar esse caso em especifico, mas não quer dizer que ficamos de braços cruzados para assuntos importantes, tanto que eu pelo menos criei o fraseologia para falar sobre assuntos de interesse de todos, inclusive politica.

      Talvez o fato deles já terem feito um esquema de burlar os leilões online seja uma novidade (eu não sabia), mas qualquer ação que se faça para impedir a corrupção, vão arrumar um jeito de burlar infelizmente.

      Enfim, eu já estava planejando pegar o podcast que o lag fez sobre os problemas do Brasil e distribuir em partes para falar separadamente dos problemas e iria começar pela segurança. Talvez faremos um fraseologia sobre essa questão em especifico, mas assim, ficar puto e revoltado eu fiquei, mas vou confessar que não sei mais o que fazer além disso. Posso divulgar? Claro, mas fazer algo que adianta eu não sei. Ai volta naquela parada de que protesto de sofá adianta ou não. Eu apenas não divulguei porque é uma parada que acontece sempre. Eu prefiro lutar para combater as doenças, do que os sintomas. Esse caso ai é um sintoma de uma doença mais grave, uma doença de um país com uma educação lixo que as pessoas não sabem em quem votar, tornando-se burras. Eu prefiro alertar as pessoas para a importância da educação no lugar de tapar o sol com a peneira prendendo esses poucos vigaristas em um mar de corrupção. É uma escolha minha e eu não acho que estou agindo menos que uma pessoa que divulga várias situações de corrupção, pois prender esses caras não adianta nada. Também posso achar que a minha luta por educação é ignorada por muitos, mas é o único jeito de resolver os problemas do Brasil, o resto são só medidas provisórias, na minha opinião.

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    4. Acho q a internet tem "capacidade" para suportar todo tipo de assunto, mas noto um desinteresse por este tipo de tema.

      Parece que não gera a quantidade desejada de pageviews. Veja o comentário do Luciano/Café Brasil. Ele tem razão, um cara trombando com uma porta de vidro tem muito mais visualizaçõoes do que os vídeos do DANIEL FRAGA.

      Eu critico esta atitude. Este gosto que nós naturalmente (?) temos.

      Abraço.

      aLx

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  2. Fui evocado pelo amigo Alex e aqui estou eu.

    Não sei se já citei por ai para vocês, aqui não já que é o meu primeiro comentário aqui na caverna do amigo caçador de mamutes, mas eu estou sempre citando isso nos campos de comentários de blogs a fora eu trabalho com mídias sociais, por tanto passo o dia todo acompanhando monitorando o que a maioria das pessoas dizem sobre as coisas, já moniterei diversos clientes diferentes desde o público jovem até pessoas mais velhas. Não sou especialista nem superintendido de nada, contudo, eu já testemunhei muita coisa nessa internet.

    Basicamente o que eu mais tenho a lamentar é a confusão de situações e falta de inteligência do povo para resolver os problemas e demonstrar indignação e revolta... Para a grande maioria compartilhar imagens de “isto é um roubo” ou “Eu fico puto” no facebook é um ato final de reivindicação, podem falar oque quiserem daquele vídeo do Kony 2012, que é burlado, que é falcatrua do governo pra entrar em outra guerra, que tudo vai ser gasto em produção de vídeo. Mas naquele caso as redes sócias foram usadas da maneira correta.

    -Viralizaram uma mensagem.
    -Mobilizaram uma população.
    -Deram meios simples e efetivos desta população agir.

    Compartilhar o vídeo não era o seu meio de fazer a revolução...fazer chegar pra Oprah, pro Obama e pro George Clooney foi o meio de se atingir um objetivo (repito não estou julgando o que foi feito e sim como foi feito).

    Evidentemente escolhi um caso atual e extremo, mas aqui no Brasil já tivemos exemplos muito eficientes e mais simples o Bloodcaster do Rafa Crista ou o Perfil do VaiDoa. Não adiantava nada viralizar uma mensagem dizendo “O Banco de sangue tem cada dia menos bolsas pra transfusão” o que estes perfis fazem: apresentam uma data, hora e local para as pessoas irem doar, apresentam além de motivos pra se fazer meios para ser feito. O que me revolta mais do que a população a apática em meio a tantos problemas, são “Che Guevaras de Sofá” e “caras Pintadas de Photoshop”, Infelizmente 3000 compartilhamentos de arquivo não contam ainda como abaixo assinado.


    Nelson acho otimal a atitude de postar sua indignação em forma de post de blog não de facebook, deste modo a mensagem e os motivos e até mesmo essa nossa discussão pode chegar a alguém. Apesar não fazer a diferença final, apenas o post, pelo menos da meios das pessoas raciocinarem a respeito...não apenas curtir e passar pra frente.

    Quanto a podcasts eu acredito que seja muito por conta do público, não tem jeito ninguém faz podcast pra si próprio...se faz para um público especifico, e são poucos os podcasts que tem um público que aceita facilmente este tipo de tema.Dois que eu lembro que já em assuntos relativos

    Na calçada e o Negação Lógica que praticamente só fala disso.

    Já me estendi em excesso um abraço

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  3. Interessante.

    No comentário que fiz hoje no Negação Lógica, justamente dei a dica de fazerem deste assunto (a reportagem do Fantástico) uma pauta vindoura.

    Vamos ver.

    Abraços.
    aLx

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  4. Mais um excelente e bem escrito texto, Nelsinho!
    Temos mesmo que nos fazer ouvir!
    Chega de "deixar pra lá" e de "isso não foi comigo". Isso está acontecendo com todos nós!!

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  5. Nelson,
    Vim convocado a comentar, mas nem precisaria. Deveria ser meu dever estar aqui, indignar-me à mesma altura. Mas faço uma mea culpa que não é somente minha, mas da minha geração. E talvez possa explicar alguma coisa.
    Sou de uma geração posterior à sua (talvez nem tanto, pois nasci em 1971) e vi o movimento das Diretas Já ser barrado pelo congresso, vi Tancredo morrer e dar lugar ao Sarney (que "azar", hein?), vi um torneiro mecânico tornar-se esperança do país e vi, enfim, Color de Melo assumir a presidência baseado numa campanha de "Caça aos Marajás." Ficou parecendo que tudo, finalmente, tinha entrado nos eixos, a ditadura dava adeus e teríamos pela frente um Brasil democrático, com o povo votando e escolhendo seus governantes. Acomodamo-nos porque por mais que os escândalos novos (impeachment, anões do orçamento e etc) atentassem contra nossa "democracia" eles estavam sendo trazidos à tona e, afinal de contas, o pior já havia passado, já havíamos nos livrado dos militares.
    Somos filhos daqueles que lutaram ideologicamente pelo país livre nos anos 60 e 70. Mas parece que optamos pela calma e a subserviência dos anos 80, renegando uma herança que deveria ser exemplar e dominante.
    Eu, como disse, faço cá a mea culpa quando, por muitas vezes, penso que engajar-me politicamente a algo seria gasto de energia. Vivi momentos políticos e estive dentro de alguns eventos, junto a pessoas que me mostraram quão ineficaz soa nossa indignação, nosso protesto. Quando vemos de perto que eventos tidos como "democráticos", a exemplo do impeachment de Color, os caras pintadas, os fiscais de Sarney, são na verdade artifícios políticos de partidos e interesses "acima" do povo, usando a população jovem como massa de manobra (aproveitando-se de sua natural predisposição pela indignação, contestação, rebeldia), bate um desânimo fenomenal.
    .
    (Preciso concluir isso aqui, porque tá ficando longo demais)
    .
    Juro que quando vejo coisas como uma matéria do Fantástico "revelando" escândalos políticos, imediatamente penso que outros interesses a Globo não está defendendo ou escondendo para trazer aquilo às vistas de todos. A quem ela (e a nossa indignação guiada) estão servindo? Não é que não devamos nos espantar, mas dizer que é uma "surpresa" é ser ingênuo, não?
    .
    Penso, no entanto, que os escândalos financeiros, falcatruas, negociatas, "politicagens", são o nível mais desprezível de um ser humano. Não consigo imaginar como um cara que desvia verba de merenda escolar, por exemplo, consegue deitar a cabeça num travesseiro à noite e dormir, sabendo que centenas de crianças deixaram de se alimentar na escola naquele dia por culpa dele. Sinceramente, não consigo.
    Acredito que o mundo tende naturalmente a evoluir, não acredito no fracasso dos valores humanos. Acho que o que vemos atualmente são pontos que serão ultrapassados naturalmente, DESDE QUE tenhamos capacidade para enxergar onde está o erro.
    A solução está acima desses casos "pontuais". Está na consciência na hora do voto, na análise do político e de suas propostas, do grupo que ele representa, dos seus aliados... mas isso vem com uma população esclarecida e sem vícios. Educação? Saúde? Qual a prioridade para alcançar essa sociedade "esclarecida" que irá se livrar dos vícios políticos? Parece um ciclo sem fim, se analisado de perto.
    O espaço que você abre e a discussão que suscita pode ser um pequeno, mas valioso, momento de engrandecimento do pensamento. Causará comoção? difícil. Agregará pessoas em torno de uma grande causa? temo que não.
    Mas calar-se também não é solução.
    Gritemos, então.
    .
    Lembro de uma frase: "tem que ter cultura pra cuspir na estrutura".
    Mas e quando a estrutura não se sente cuspida?
    .

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    1. O que vemos ao longo desses anos é simplesmente a impunidade severa sobre esses (e outros) atos.
      Quando a lei for clara que o dinheiro público desviado, roubado, poderia ser usado para compra de remédios, comida, educação e segurança e isso se tornar CRIME HEDIONDO - HOMICÍDIO DOLOSO, com certeza muita gente vai pensar 2 vezes antes de se meter nessas mutretas. Mas que fique bem claro que isso deva ser aplicado a qualquer cidadão, independente de cargo, formação ou posição social.
      O exemplo tem que vir de cima e a punição exemplar.
      Hoje a própria família não educa a criança e nem pode mais dar uma palmadinha.!!

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    2. Excelente, Ricardo! Excelente!

      Gostaria de citar o ponto mais alto do seu texto, na minha opinião:

      "Não consigo imaginar como um cara que desvia verba de merenda escolar, por exemplo, consegue deitar a cabeça num travesseiro à noite e dormir, sabendo que centenas de crianças deixaram de se alimentar na escola naquele dia por culpa dele. Sinceramente, não consigo."

      Nem eu.

      Eu, aliás, não consigo entender como qualquer pessoa comete um delito conscientemente. Quando ando pela Radial Leste, em SP, ando CRAVADO à 60km/h, limite de velocidade nesta avenida.

      Sou ultrapassado por carros, motos, ônibus, etc. Se o limite existe, porque não respeitá-lo?

      Qual a diferença entre uma pessoa que rouba a merenda de alunos e outro que atropela um ciclista à 120km/h (estando APENAS 10km/h acima da velocidade permitida)???

      Qual a dificuldade em se fazer o correto? o certo?

      Eu insisto que a solução é a EDUCAÇÃO. Solução para daqui uns 30, 40 anos.

      Sinceramente tenho medo que o ser humano esteja condenado ao auto-extermínio por pura incapacidade de respeitar o próximo.

      Procuro deixar "um mundo melhor para meu filho", mas me esforço para deixar "um filho melhor para meu mundo".

      Espero que o meu filho não seja o OTÁRIO de amanhã, porque é desse jeito que me sinto a maior parte do tempo. Um otário, afinal o mundo é dos expertos!

      Abraço.

      aLx

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  6. "Foram me chamar, eu estou aqui o que é que há?"

    Com esta trilha sonora, atendo ao chamado do amigo aLx para comentar por estas bandas.
    Já havia lido o texto do caríssimo Nelson e concordo com sua indignação.
    Assim como endosso as palavras dos demais comentadores, que só acrescentaram ao tema.
    Acho que o que vem acontecendo a maioria da população é o efeito anestésico que tanta mazelas têm nos causado.
    Mortes, atropelamentos, pessoas famintas e tantos outros fatos inadmissíveis passam nas telinhas com uma naturalidade mórbida, entre anúncios de Big Macs e Guaranás do Neymar.
    Para os mais "descolados", séries de TV com estupro, membros decepados, sangue aos litros e vamos nós: "pipoca e guaraná, que programa legal".
    Na minha opinião isso gera um reflexo... não, melhor dizendo, gera a FALTA de reflexo para as atrocidades reais que estão acontecendo logo ali, ao vizinho, ao primo do colega de trabalho, à tia do parceiro do truco.
    Quando o assunto é "demais", "da hora", está todo mundo falando do acontecido e o twitter fica em polvorosa e o facebook coalha de fotos e curtir e compartilhar e... para tudo, passou do meu ponto, deixa eu descer.
    Pessoalmente, prefiro viver essas coisas no "mundo real". Pegar o sujeito que tá trabalhando ao meu lado e conversar, falar com minha filha, com minha esposa... enfim, SENTIR o que tá acontecendo e que nos entristece e que nos aborrece e, enfim, é no "téte a téte" que quero me indignar. São meus olhos marejados que quero ver refletidos nos olhos da pessoa com que divido minha indignação.
    Por mim, sem querer parecer alienado ou egoísta, prefiro buscar um ambiente mais aprazível na internet. Passo batido por N modinhas e memes e o escambau, por não me sentir atraído e falo do lado "divertido" da coisa, imaginem então se procuro os mais "pesados".
    Não, meus amigos, não me furto a uma boa discussão quando ela chega à minha porta, mas não estou a procura disso.
    Isso quer dizer que sou contrário a posts indignados? De maneira nenhuma. Acho louvável, senão não estaria aqui escrevendo este comentário. Certamente este post irá atingir seu objetivo de alguma maneira, com alguém.

    Para concluir, quero responder a frase do Ricardo Ferro, negritada pelo aLx: Eles dormem, Ricardo, tranquilamente. Anestesiados com a mesma droga que nos permite assistir atrocidades sem vomitar. Anestesiados com décadas de desmando e política corrompida. Anestesiados pelas cifras que não deixam que enxerguem rostos.
    E essa droga anestésica só passa com a crueza da exposição pública, da vergonha que só vem quando se é pego "com a mão na butija". Mas são poucos que são pegos (aham... só porque foram dedados, diga-se... aham) e seguem felizes deitados em berço esplêndido.
    Pátria amada, Brasil.

    Abração pra todos.

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    1. Pegando carona no termo "anestesiados"... lembrei de um fato corriqueiro. Passamos pelas ruas e de repente vemos um cãozinho mal cuidado, faminto e perdido. Somos tomados por um tremendo sentimento de pena e vontade de cuidar e dar abrigo ao pobre animal. No entanto, nem lembramos que na esquina anterior uma criança de rua pedia trocados e comida em troca de uma malabarismo de sinal fechado. Ou que uma mãe estendia a mão pedindo uma esmola enquanto segurava ao colo mais uma criança chegada ao mundo.
      Estamos, realmente, anestesiados.

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    2. Muitíssimo obrigado pelo comentário, Kio.

      Só quero fazer uma observação em relação ao que disseste... eu também prefiro a internet para assuntos mais leves. Mas também acho que podemos reservar um "pedacinho" dela para assuntos mais sérios.

      Se não fosse assim, como eu, operadorzinho de pré-impressão de mierda, teria acesso a pessoas como Ricardo Ferro, Kio Caio César, Nelson Nerdanderthal, Pastor Claybon, Alexandre Nerdmaster, Ricardo Correia citando apenas os que já comentaram aqui.

      Acho que se trombar com algum de vocês é perigoso não reconhecer. Mas nós nos comunicamos. Nós trocamos opinião. Nos moldamos uns aos outros.

      Ainda bem que temos a internet para isso.

      Depois vamos para o twt falar mais bobeira e comemorar os gols dos nossos times, mas qdo nos chamarem para falar sério de novo QUE BOM que vou encontrar todos vcs novamente!

      Abraços.

      aLx

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    3. Ricardo,

      O problema é que o cãozinho está ali, abandonado de verdade. Já o mendigo, como saber se é uma pessoa com problemas mentais, necessitada ou se é um mendigo PROFISSIONAL?

      Cansei de ver Profissionais da caridade em São Paulo. Falsos pernetas. Uma senhora que fica na Av. Paulista, já vi por lá sem a perna esquerda num fim de semana e sem a perna direita em outro fim de semana.

      A desonestidade está presente em todos os níves... menos no cãozinho. =(

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    4. Ah, mas eu nem falo tanto pelos adultos, que esses sabem os caminhos que tomam.
      Comparo os filhotinhos de cão com os filhotinhos humanos, igualmente abandonados, sem ter quem lhes cuide.

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    5. Ricardo, sou paulista de nascimento e paulistano por escolha.

      Acredite-me, crianças de 5 anos já estão perfeitamente treiandas para fazer OLHAR DE GATO DE BOTAS e sensibilizá-lo.

      É triste e não sei qual seria a solução. Eles são as vítimas, as mais sofridas vítimas. Se tem alguém que sofre com a corrupção, são os mais necessitados.

      A gente, classe média de bosta, vai se virando com nossos cartões de crédito e empurrando com a barriga.

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  7. Bom meu caro e dileto amigo... sou carioca, nascido e criado no nobre bairro da Tijuca (onde vc mora, se não me falha a memória). Ao longo dos meus 47 anos tenho presenciado muitas coisas boas... porém a maior quantidade que vi foi de coisas ruins. É uma triste verdade... que acredito não ser uma exclusividade do Rio mas sim no Brasil. A situação de corrupção existe em todos os níveis. Citando apenas dois exemplos que ocorreram comigo.

    Na década de 90, na cidade de Maricá, meu filho passou mal e tive que levá-lo ao hospital público. Era quase meia noite e só havia eu e meu filho e mais um casal com um bebê que chorava de dor. Fiquei 1h40m e nada. Quando de repente abriu-se uma porta e eu vi vários médicos rindo e conversando. Fiquei possesso e abri a porta com vontade e comecei a falar muito! Um segurança apareceu e quis me tirar. Só que eu tenho 1,82 cm e o guarda mal chegava na minha cintura. Perguntei pra ele se era só ele que ia me tirar e ele deu de ombros. Consegui que os médicos trabalhassem e atendessem primeiro o bebe e depois ao meu filho. De acordo com o médico eles estavam tirando um pequeno "intervalo"... regado a pizza e a cerveja.

    Outro exemplo foi o que aconteceu a 4 anos atrás quando estava andando com o carro com o IPVA atrasado e uma patrulha da PM me parou. Para não prenderem o carro tive que morrer em 300 pratas!!

    Esses exemplos só nos mostram que a corrupção está instalada em todos os níveis do poder público! Para ser atendido no SUS, para ter seu documento no DETRAN, para acertar a documentação da sua casa/apartamento/lote na prefeitura... e nos poderes executivos e legislativo então? Nem se fala!!

    Agora a pergunta que não quer calar: como resolvemos isso? O primeiro passo é tirar TODA ESSA CORJA DE LADRÕES que foram eleitos! Escolher com cuidado o seu candidato... e não ter medo: se ele vacilar:BOTA A BOCA NO TROMBONE!! E na próxima eleição não REELEJA O BANDIDO!!

    O poder é dos eleitores! Temos que nos unir e exigir as ações que são necessárias! Isso depende de mim, de você, de todos nós!

    Acho que escrevi muito... paciência.

    Abração meu querido!

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    1. Abração pra você também.
      A minha intenção, ao escrever esse texto, é provocar que a "new generation" que está por aí, tão próxima de mim (nós), não pela idade, mas pelos relacionamentos "internéticos", parem um tempo pra pensar nisso que você falou: PODER DE MUDANÇA.
      Precisam saber que eles são os He-men atuais, como um exemplo bem nerd - ELES TÊM A FORÇA!!!

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    2. O problema, Pastor, é que nós somos uma parcela muito pequena da população. Nosso poder decisório, no cômputo geral, é mínimo.
      .
      Lembro de uma frase maravilhosa:
      "Quem decide eleição não é quem lê jornal, mas quem limpa a bunda com ele"
      .
      Nelson, o Piratacast recebeu de mim um comentário por e-mail, onde cito um tanto do que eu disse aqui. Também indico a leitura (tem uma versão on line) de "Política - quem manda, por que manda e como manda", do João Ubaldo Ribeiro. Quando sair o Papo Pirata deles acho que divulgarão o link que mandei (e que não tenho aqui, nem tô com saco de pesquisar de novo agora). O triste é saber que isso nunca será lido pela juventude atual; quem sabe se fosse em forma de anime, né?
      .

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    3. Aproveitando seu adendo, Nelsão, quero desfazer qualquer má impressão deixada pelo meu "descarrego" acima.
      Sou, por hábito, um tanto avesso a "coisas MUITO sérias" na internet, por usá-la desde o princípio mais para o entretenimento. Claro que não fico só de palhaçada e acabo falando sério uma vez ou outra e me envolvendo com alguma coisa, mas geralmente evito o stress causado.
      Acho louvável trabalhos como o do Luciano Pires que procura, pela rede, dar uma chacoalhada na "galerinha" (e acaba chacoalhando muito mais que só eles, diga-se) e, óbvio, também acho louvável que você, pelos mesmos meios, também se sinta impelido a assim fazer.
      Se deixei, por alguma frase mal colocada, a simples sugestão do contrário, me perdoe.

      E outro abração.

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    4. Caio, você sabe muito bem por que eu fui tão bem "aceito" no meio dessa rapaziada blogueira, roqueira, tuiteira e podcasteira: pelas minhas trolagens, meu bom humor, palhaçadas e simplicidade.
      Certamente quando pedem min ha opinião sobre qq assunto, podcasts principalmente, sempre fui sincero e digo o que gosto e o que não gosto.
      Vejo em você uma total semelhança nessa parte.
      Dessa vez resolvi provocar esse debate sobre um assunto tão sério, por uma simples razão: EU AMO DEMAIS O BRASIL!!!
      Como já estou na descendente da vida, chegou a hora de ainda puxar um pouco de força pra motivar os jovens a salvar nosso país.
      Quando jovem, fiz o máximo que pude pra lutar contra a Ditadura, mas não o bastante pq se assim o fizesse, certamente não estaria vivo hoje.

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    5. Descendente? que descendente???

      >=(

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  8. Eu iria perorar sobre o já aqui escrito, assim decidi lançar mão de um texto, que carrega toda a razão de uma existência política e por qual escrevi, falei, fui agredido e detido, define em seu cerne o que devemos atentar e conter como pedra basilar numa convivência democrática. Muitos somos, muitas visões temos, e claro, muitas certezas e incertezas. Espero que o seguinte texto ilumine este diálogo como pautou minha conduta nos últimos anos:

    "Chegamos! Esperamos a Constituição como o vigia espera a aurora. Bem-aventurados os que chegam. Não nos desencaminhamos na longa marcha, não nos desmoralizamos capitulando ante pressões aliciadoras e comprometedoras, não desertamos, não caímos no caminho.
    Introduziu o homem no Estado, fazendo-o credor de direitos e serviços, cobráveis inclusive com o mandado de injunção. Tem substância popular e cristã o título que a consagra: “A Constituição cidadã”
    A Federação é a governabilidade. A governabilidade da Nação passa pela governabilidade dos Estados e dos municípios. O desgoverno, filho da penúria de recursos, acende a ira popular, que invade primeiro os paços municipais, arranca as grades dos palácios e acabará chegando à rampa do Palácio do Planalto.
    A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo. A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria.
    Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo.
    A moral é o cerne da Pátria. A corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública.
    Não é a Constituição perfeita. Se fosse perfeita, seria irreformável.
    Ela própria, com humildade e realismo, admite ser emendada, até por maioria mais acessível, dentro de 5 anos. Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora. Será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados. É caminhando que se abrem os caminhos.
    O Estado autoritário prendeu e exilou. A sociedade, com Teotônio Vilela, pela anistia, libertou e repatriou. A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram.
    Adeus, meus irmãos. É despedida definitiva, sem o desejo de retorno. Nosso desejo é o da Nação: que este Plenário não abrigue outra Assembléia Nacional Constituinte. Porque, antes da Constituinte, a ditadura já teria trancado as portas desta Casa.
    Político, sou caçador de nuvens. Já fui caçado por tempestades. Uma delas, benfazeja, me colocou no topo desta montanha de sonho e de glória. Tive mais do que pedi, cheguei mais longe do que mereço.
    Foi a sociedade, mobilizada nos colossais comícios das Diretas-Já, que, pela transição e pela mudança, derrotou o Estado usurpador. Termino com as palavras com que comecei esta fala: a Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja nosso grito:
    - Mudar para vencer! Muda, Brasil!" Ulysses Guimarães, no dia 5 de outubro de 1988

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    1. Parece um conto de 100 anos atrás.
      Onde isso se perdeu? Foi a Xuxa? Foi a TV? Quem é o culpado pela nossa involução?

      =(

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    2. Sergio,
      a leitura do discurso de Ulisses me fez voltar um pouco no tempo, em imagens. Lembro dele de mãos dadas e erguidas, nos comícios pela Diretas Já, do plenário quando a Constituição foi finalizada... lembrei até do Osmar Santos naquele comício na Candelária.
      Acho que nos falta liderança, por mais paternalista que isso possa parecer. Somos tantos com tantos ideais, com tantas vontades, que todas elas se perdem e se mesclam, sem um fim dirigido. A figura carismática de um líder político representativo seria mais do que bem vinda nos tempos atuais. Um catalisador. Ou ele seria devorado pela máquina? Ou teria que ceder aos apelos e coligações, negociando pastas e ministérios em troca de provações de leis...
      Bom, deixa pra lá.
      Utopia é uma merda; a minha não durou nem 5 linhas.
      .

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    3. E não foi isso que aconteceu com o Lula? Carismático. Uma grande história. O que ele deixou??? Um monte de escândalo, um monte de acordos, um país ingovernável desgovernado.

      A Dilma sofre do mesmo mal que o Obama. Pegou uma bomba, não um país.

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    4. Eu discordo. Acho que a passagem de Lula não foi muito diferente do que o que se vê pelo mundo afora, em políticas liberais (que foi o que se tornou o governo do PT). Imagino a dificuldade que deve ser chegar no topo da carreira política e tentar controlar um país viciado, tendo que ceder a alianças e acordos políticos para, no mínimo, tentar manter-se perto da linha de governo proposta no início. Isolar-se no poder e tentar fazer a máquina funcionar à força não adiantaria. Infelizmente.

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    5. Bom, então não é a Figura Carismática de um Líder Político Representativo que vai nos salvar, concorda?

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  9. Sabe o que me deixa puto Nelson? Os babacas que se dizem politizados anulando seus votos. PORRA!

    Antes de fazerem isso, saibam as conseqüências. Saibam que votar por votar é errado. Continuem elegendo Tiriricas e o cara da cestinha, Continuem lambendo bolas cabeludas e gritando por socorro depois.

    Parabéns Nelson.

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  10. aLx convocou, eu vim. Vou dar minha versão dos fatos. Opinar sobre a minha geração. Porque não há defesa que nos livre da condenação à cadeira elétrica sem direito a um último pedido.

    Tenho 23 anos e posso dizer que não vi nada da vida. Trabalho com o aLx e temos a oportunidade de conversar sobre diversos assuntos na hora do almoço ou na volta de metrô para casa. E em uma dessas conversas ele definiu muito bem minha geração. É uma geração sem ideais, sem lutas para lutar, sem guerras para guerrear. Somos uma geração perdida. Sem rumo. Eu me sinto assim, impotente. Não me reconheço nas pessoas da minha idade.

    Nossos pais nos deixaram na frente da TV por muito tempo. Hoje a internet é a babá e eu temo fervorosamente pelas crianças de hoje. A maior parte do que é publicado na internet é lixo puro. Fruto da mente humana. Protegido pelo anonimato. Travestido de liberdade.

    Tenho forte descrença na humanidade. Talvez isso mude quando eu tiver filhos, porque aí eu não terei escolha. Só me restará ter fé no ser humano e trabalhar dia e noite por um mundo melhor e por um cidadão melhor, meu filho. Por enquanto eu continuo descrente. Como não reparar na comoção que um jogo de Copa da Seleção causa na nação, enquanto que crimes e desvios como este das licitações foram somente absorvidos, não ecoaram.

    A solução eu não sei. O que sei é que refletir sobre si e seu papel no mundo é o começo. Mas isso é tarefa para poucos. É preciso ensinar o povo que é possível criticar, ir contra e agir. Tirar as amarras da alienação. Reflexão leva à compreensão que leva à ação. De pequena ou grande proporção, não importa. Agir é uma palavra que foi sumindo dos nossos dicionários. No lugar dela entrou a expressão “tanto faz”. É isso, sou da geração “tanto faz”.

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    1. Caramba! Este texto da Beatriz ficou digno de um Café Brasil!

      =|

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  11. Atendendo ao chamado do Alx, venho cá.

    O que a Globo mostrou é aquilo que todos sabemos que acontece. E na mesma semana em que o bispo da Record mostra as falcatruas do outro bispo, numa briga por almas pagantes. O pecado foi que os bandidos se deixaram pegar, e para isso não há perdão. Aí a indignação nacional, como se aquilo tudo fosse novidade. Não é. E TODOS SABEMOS QUE NÃO É!!

    Pois é... Desde 2001 já publiquei mais de 600 artigos, quase 300 podcasts, vários deles tratando de política, corrupção e cidadania, escrevi dois livros a respeito e ando pelo Brasil fazendo palestras provocativas tentando tirar os bovinos resignados da inércia. Criei e distribuí 6 melôs usando a estratégia do viral para tratar de política e cultura.

    No entanto, meu texto mais acessado dos últimos tempos foi o que eu chamei de AI SE EU TE PEGO. Meu videocast mais baixado foi aquele que teve a palavra "sexo" no título.Fui procurado pela TV Cultura para gravar um depoimento sobre o hábito de roer unhas. Fui na Hebe Camargo, fiz um brado contra os corruptos, adoraram e nunca mais me chamaram. Ofereci o Café Brasil para dezenas de rádios, não querem nem falar a respeito. Qualquer idiota que publica um vídeo colocando-se numa situação constrangedora ou falando merda tem de 100 a 500 mil downloads. Os meus, que tratam de temas sérios, não saem dos 2000. Os campeões do tuíter são celebridades da televisão, vazias de conteúdo. E assim vamos na República da Banalidade.

    Discutir política cansa, exige pensar, dá trabalho. Ir contra os imbecis que estão aí é comprar briga com seus borra-botas. Ver o rabo da morena do Big Brother, não. É gostoso, não exige pensar e todo mundo faz.

    Vivemos uma época de colheita daquilo que foi plantado a partir dos anos setenta pela geração dos meus pais e em seguida pela minha (estou com 55 anos): a completa banalização da inteligência, do bom gosto, da cultura. Minorias militantes defendendo ideologias do século passado. Despolitização. E a total perda da consciência do "nós". Agora sou "eu" e que se foda o resto.

    Dá nisso que estamos vendo. O que podemos fazer? Frequentar rodas onde exista inteligência, escrever, podcastar, tuitar e facebucar sem parar. Participar ao vivo sempre que possível. Estimular quem acerta, inclusive os políticos. E não se deixar - e a quem amamos - levar pela superficialidade dos que querem meter a mão no nosso bolso.

    Infelizmente meu tempo está passando. Por isso me dedico a "mentorar" a moçada. São os jovens de 20, 30 e 40 que podem mudar as coisas, assim que o tempo se encarregar de des-sarneyrizar, des-lular, des-serrar o Brasil. São eles que assumirão os postos de comando e controle e quem sabe se lembram que algo que ouviram no Café Brasil...

    Não seja condescendente com gente da sua idade que não tem valores morais. Arme um barraco, chame ladrão de ladrão, ameace dar uma porrada, grite, mande tomar no cú (com acento). Seja tudo menos outro bovino resignado. É isso que tenho feito.

    Não resolve muita coisa, mas quando boto a cabeça no travesseiro, durmo um sono que dá gosto...

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    1. Valeu, Luciano. Muito me honra a sua participação. Obrigado.

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  12. Li o texto e, incrivelmente, li os comentários também. Concordo com praticamente tudo que foi dito, mas gostaria de enfatizar ainda mais algo que o Luciano Pires citou: todo mundo sabe que isso acontece. E nós não podemos nos esquecer que PESSOAS MORREM todos os dias em conseqüência (direta ou indireta) de muitos aspectos da corrupção.
    O que podemos fazer? Gritar, espernear, nos manifestar. Eu sou um daqueles que estavam na enfadonha Marcha Contra a Corrupção, ou o #ForaSarney, que tinha menos gente do que a primeira fila da Marcha pela Maconha. Claro que nada disso se compara às Diretas Já, Caras Pintadas ou algo que os valha. Mas é o que temos pra hoje.
    Eu sou um daqueles que troca e-mails com vereadores e deputados (ou melhor, com seus assessores automáticos, porque respostas humanas são raríssimas), cobrando que, no mínimo, se manifestem. Daqueles que quando leio um artigo “indignante” xeróco e colo no mural da faculdade.
    Daqueles que liga na subprefeitura para reclamar de um buraco no meio da rua ou um poste sem lâmpada.
    E tudo isso funciona? Claro que não!
    Também podemos continuar usando a internet para denunciar crimes tão importantes quanto este, apurado pelo Fantástico. Basta esquecermos a existência desnecessária Luizas que estão no Canadá e focarmos na corrupção que se ostenta na nossa cara. Façamos novos blogs de política, novos vlogs, novos podcasts, discutamos em casa, no trabalho, enfim... Aqui o discurso e inflama e todos já conhecem a premissa.
    Todos que aparecem aqui estão fazendo alguma coisa, seja escrevendo sobre assuntos ligados à política/cidadania, seja produzindo conteúdo com esse foco.
    Partilho da decepção do Luciano, ao constatar que o episódio mais baixado lá no site é o sobre Novelas, isso porque nem falamos tão mal assim... E mesmo que este assunto não sustente um programa inteiro, garanto que já está na pauta do nosso próximo Papo de Bar.

    E para finalizar, parabéns pelo texto. É disso que precisamos, mesmo que seja só para alimentar esperança de melhora...
    Abraços!

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  13. Nelson, como sempre você abrindo o olho dos blogueiros, podcasters e leitores para assuntos de peso e importância.

    Começando aqui co comentário, realmente é uma puta sacanagem com o povo brasileiro essa merdalhada toda acontecendo, que pode ter certeza vem por gerações se a empresa for familiar, essa matéria da Globo so mostrou que tudo que está relacionado a saúde, educação e justiça tem essa corrupção forçada, o lance era voltar aos bons tempos em que o povo ia pra Rua e fechava avenidas com passeatas, criando confusão e mostrando com isso sua indignação com toda essa palhaçada.

    Esse caso da Globo me lembrou dois casos de corrupção e esquemas aqui mesmo Paraná, um deles recentemente, o caso da Câmara Municipal de Curitiba com o seu presidente, envolvido num caso de irregularidades na licitação da Câmara que envolveu a esposa dele, é foda de engolir.

    O foda é que isso é no Brasil todo, esse e outros esquemas que nós, pessoas fora do esquema não temos conhecimento, o foda é que correm na frente dos nosso olhos e não vemos, ou fingimos não ver quando realmente o bolso tem mais dindin, isso mostra a sua não importância com o cidadão que recebe dois salários mínimos e que sobrevive por milagre com o pouco que tem.

    Uma das coisas mais chatas mesmo, é você correr atrás dos seus direitos por pagar os impostos e não acontecer nada, um buraco na rua, falta de médicos, falta de transporte quando tem greve entre outras coisas ajuda a alguns brasileiro corajosos e aventureiro a decidir por morar fora do país até os outros países pararem de receber bem os brasileiros.

    Lembroquando era mais novo, tentava entender o por quê disso e hoje vendo essa palhaçada toda durante meu processo de formação moral entendo e dou até razão pra quem tem coragem de fazer isso, nem que por um espaço de tempo pra depois voltar pro Brasil e ver isso tudo e ver que nada mudou.

    O foda é que quando você comenta algo sobre alguma coisa que está errada é bem capaz de você ser retrucado por uma pessoa próxima com a seguinte frase ou similar: "Se você tivesse lá, ia fazer a mesma coisa!".

    Hoje dou graças a Deus por ser apenas um designer com salário fixo no fim do mês que paga todas as suas contas e que posso por a cabeça no no travesseiro e dormir tranquilamente... ao contrário dessas empresas que agora estão rebolando na boquinha da garrafa!

    Parabéns Nelson por mais essa postagem que pode ter certeza deixou o pessoal com mais indignação do que estava antes, te garanto que se todos fizessem sua parte como você faz aqui, com certeza isso ia chamar a atenção de muito mais gente.

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  14. é triste, é revoltante, é absurdo! é Brasil. infelizmente.

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  15. Para o @ghosturbo que comentou no dia 22 e eu nem havia lido.

    Oi, Artur.
    Primeiramente desculpe não ter respondido antes ao seu comentário, pq simplesmente não o vi. Não foi pouco caso, foi somente um lapso pq de uma hora pra outra, apareceram tantos comentários que até fiquei tonto.
    Eu acho que todos esses assuntos ( ACTA, PIPA e outros) têm a sua relevância e seus momentos certos para serem comentados. Não acho que, por causa do noticiário sobre corrupção, propinas, roubalheira, etc , esses outros assuntos devam ser esquecidos, nem montarmos um tipo de prioridade sobre esse ou aquele noticiário.
    Concordo plenamente com o que você falou e lembro muito bem do epísódio do Lag cast sobre problemas do Brasil e tem tudo a ver com o que penso.
    Meu texto foi uma oportunidade de mexer um pouco com o patriotismo dos jovens brasileiros (e tenho 2 filhos que se incluem nesse grupo) e com o meu sonho de ver essa nova geração mudar essa imagem de O BOM BRASILEIRO É AQUELE QUE É ESPERTO.
    Gostaria muito de saber se o filho de um daqueles safados que apareceram na reportagem tiveram vergonha e decepção de ver seu pai envolvido nesse crime, ou estaria preocupado em não poder mais ter as mordomias, as viagens e os carrões que o pai lhe dá com esse dinheiro sujo?

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  16. Enquanto ninguém se coçar, nada acontece. Nego não vota direito, porque não tem instrução, porque o governo não dá. Ciclo de dominação popular. Quem tem instrução, se omite(maioria) ou xinga muito no tuviter. Todo dia aparecem estímulos pra que eu ingresse na carreira política. Acho que é a única esperança de haver mudança(na minha opinião fecal), ou de eu morrer mais cedo.

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  17. Legal ver os retornos do seu texto.

    Participação no PirataCast, um Fraseologia do LagCast. Acho que dentro de algumas semanas, poderíamos dar uma olhada na situação desse assunto, ver o que aconteceu com as empresas e se algo foi feito.

    De qualquer forma, parabéns pela iniciativa!

    aLx

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